segunda-feira, 8 de novembro de 2010

TOLERÂNCIA

Neste semestre Fritamos sobre um tema muito importante para uma boa convivência em sociedade, e o tema foi a Tolerância nas relações interpessoais.
Quero começar falando de um fato atual. Recentemente A UNIBAN decidiu expulsar a estudante Geyse Arruda, de 20 anos. Foram divulgada estas imagens da aluna sendo xingada e cercada por estudantes que a hostilizavam dentro da universidade.
O motivo dessa confusão teria sido um vestido rosa considerado muito curto e inadequado para frequentar às aulas.
Esse incidente causou muita polêmica, e alguns questionamentos foram feitos. Com isso abordamos o tema da tolerância buscando compreender os motivos que os levaram a agir dessa forma.
Entretanto começo descrevendo um conceito que aponta umas das origens, ou causas, ou por que não raízes da intolerância. O ETNOCENTRISNO. Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o “nosso grupo” é tomado como centro de tudo, e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos próprios valores e nossas definições de verdade.
No etnocentrismo existem verdades absolutas que norteiam o individuo a impor a forma como ele vive, como se essa fosse a única maneira certa de sentir o mundo.
No plano intelectual, o etnocentrismo pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; O etnocentrismo causa sentimentos de estranheza, medo e de hostilidade perante o novo, perante tudo que seja diferente das verdades absolutas aceitadas pelo grupo em que o indivíduo integra.
Freud diz que frente a um conflito com o outro, o indivíduo resolveria este tipo de crise através da morte do outro, este ato além da vantagem de eliminar o conflito, serviria de exemplo para terceiros. Outra possibilidade, proposta por Freud, para a solução deste conflito seria o da submissão do inimigo pelo medo, deste modo o inimigo amedrontado poderia ser utilizado também para outros fins. A terceira possibilidade é a de transformar a sociedade até que se alcance o império do poder, nessa sociedade a maioria mais violenta tem o Poder e o Direito, a conseqüência é a de que exista um maior poder da comunidade e um menor poder individual.
Já o conceito de tolerância surgiu durante as guerras religiosas dos séculos. XVI e XVII,
















As Guerras religiosas na França na segunda metade do século XVI.
e foi definida para classificar as atitudes adotadas por algumas pessoas que buscavam uma tentativa de conseguir uma convivência pacífica entre católicos e protestantes.
Na visão do professor de Cibercultura do UNILESTE’MG Rodrigo Vieira a tolerância é importante em todos os ambientes principalmente no ambiente virtual onde se torna impossível a boa comunicação sem a tolerância. “ser tolerante é saber ouvir opiniões divergentes sem se levar para bases pessoais. A tolerância é fundamental para que haja dialogo aberto e crescimento pessoal”.
A tolerância pode ser entendida como o respeito ao direito de liberdade dos outro; o reconhecimento e a aceitação das diferenças. A tolerância é a capacidade de aceitar, em outra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente da que é norma no seu próprio grupo e envolve ainda questões de gênero, de raça, de idade, entre outras coisas.
Para a professora e filosofa Sonia Xavier Ser tolerante e saber se colocar no lugar do outro. Segundo ela se você não se colocar no lugar do outro você não tem nenhuma possibilidade de ser tolerante. E ainda acrescenta. “Você só consegue ser tolerante se você não pensar que o outro seja uma ameaça, você só hostiliza o outro quando se sente ameaçado. Se você não valoriza nem a si próprio você não consegue ser tolerante com o outro, só se eu sou algum bem resolvido eu consigo ser tolerante “ Segundo ela “a intolerância é uma sequela do fraco”.
Percebo que eticamente, se falamos em liberdade humana falamos do respeito da capacidade de autonomia das pessoas, da capacidade de lidar o novo, com o estranho.
Devemos saber que não somos donos da verdade absoluta e, que não existe o conceito de sociedade mais desenvolvida ou menos desenvolvida. Ou de indivíduo mais desenvolvido ou menos. Existe apenas o diferente e as verdades relativas.
Com isso abrimos a discussão sobre TOLERÂNCIA a fim de percebermos a que rumos direcionar a sociedade em que vivemos. Que tipo de conceitos valorizar a fim de alcançar uma sociedade mais justa e digna. Essa discussão nos leva a perceber que a tolerância é fundamental para chegarmos a unidade dos povos e que o diálogo é uma poderosa arma para se alcançar esse resultado.
Atitudes gentis e tolerantes podem ser aprendidas e geram resultados benéficos para todos. Casos em que se praticam a intolerância são comum, e comum também é que nessas situações falta o diálogo.
Mas voltemos ao caso ocorrido na UNIBAN. Num comunicado intitulado “A educação se faz com atitude e não com complacência”, a universidade informa que a aluna que estava no primeiro ano de turismo “frequentava a Uniban com trajes inadequados, indicando postura incompatível com o ambiente da universidade”. Segundo o texto, ela teria sido alertada e não modificou seu comportamento.
Levando tudo isso em consideração levanto alguns questionamentos: A atitude da aluna foi correta? E a da faculdade? O que era o melhor a ser feito? Qual foi o papel da mídia nesse caso? Nessa discussão observamos que as relações interpessoais ainda são baseadas na coação numa relação de submissão e poder ao invés de se basearem em princípios de cooperação.
Segundo Freire: [...] é necessário que ocorra um equilíbrio entre os estudos, o crescimento da ciência, da tecnologia, por um lado, e das relações pessoais e interpessoais, por outro lado. Novas tecnologias podem servir como remédio ou como veneno, dependendo das mãos que as manipulam. Cabe à escola, em sua universalização, incluir estudos que ajudem no sentido de se evitar que se propiciem a indivíduos emocionalmente subdesenvolvidos terem, em suas mãos, instrumentos perigosos de alta capacidade destrutiva.
Praticar atos de gentileza, de maneira geral melhora muito as relações interpessoais tanto na família quanto na escola e no trabalho. Enfim, esse tipo de atitude facilita a convivência em sociedade e melhora as habilidades de relacionamento com os grupos nos quais pertencemos e traz uma grande facilidade de abertura para a integração em outros grupos a fim de alcançarmos a unificação na diferença onde cada um é não só aceito ,mas valorizado na totalidade de sua identidade individual.
Por Jordane Rodrigues

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